Etapa 15: teste pra cardíaco

Dinamo 0 x 2 Rapid
Sem dúvida o jogo mais importante da rodada, o clássico bucurestino Dinapid incendiou a capital romena. Falamos, é claro, metaforicamente: incendiaram-se os ânimos dos torcedores, e não os bairros de Griviţa e Giuleşti, como no Dinapid de 72, também conhecido pelos não-iniciados no fotbal como o Grande Flagelo de 72. O Dinamo (5º, 26 puncti), atual campeão, recebeu em casa o Rapid (3º, 29) e mostrou que já não é mais aquela super-equipe da temporada passada. Foi totalmente dominada em campo, não soube se impor e nem mesmo conseguiu revidar, à altura, as agressões físicas. Resultado: humilhação. Sofreram gol até mesmo do brasileiro Carlos Cesinha, aos 21 minutos, que saiu de campo sem nenhuma marca de chuteira na barriga. O Rapid aumentou o placar no comecinho do segundo tempo, com Ionut Mazilu, este sim, um orgulhoso romeno. Nada está perdido para os Spartanii, mas em campo não andam fazendo juz à alcunha. Quanto aos feroviari, avançam intrepidamente rumo ao topo, mas ainda estão a 10 pontos do líder.

Suporterii aproveitam um Dinapid tranquilo

CFR Cluj 1 x 0 Dacia Mioveni
Do líder, o que dizer? Que venceu, novamente! O clube de Cluj-napoca, invicto na temporada, já nem surpreende mais. A voracidade com que comem a bola e o fígado dos adversários já convenceram os romenos que o Cluj dessa vez veio para lutar pelo título. O Cluj, convenhamos, não é o que se pode chamar de um clube tradicional. Nunca ganhou uma Liga, e tem um grande trauma: quando o clube foi fundado, um século atrás, a cidade pertencia ao Império Austro-Húngaro. Dessa vez, entretanto, pretendem os clujistas fazer aqueles que dizem que não são dignos da Romênia engulir suas piadinhas e alguns dentes, também. Em ritmo de treino, na última rodada, derrotou o caçulinha Dacia Mioveni (12º, 16 p.), fundado a meros 7 anos e que disputa pela primeira vez a divizia A. O Cluj está oito pontos a frente do segundo colocado, tem o segundo melhor ataque, com 25 tentos marcados (perde apenas para a Poli Timisoara), a melhor defesa, tendo sofrido apenas 8 goluri, e tem o melhor saldo, disparado: 17. Guarda, enfim, gordura para o returno.

Steaua 1 x 0 Universitatea Craiova
O time do fiara Lacatus vai, aos poucos, e sob as ameaças de Gigi Becali, se ajeitando. Uma vitória simples sobre a U Craiova (14º, 14 p) não é exatamente o jogo que gostamos de ver dos militarii. Mas, de qualquer maneira, a vitória era muito necessária. Falta ainda ao Steaua (7º, 25 p.) convencer, trucidar o adversário, humilha-lo em campo, rachar seu côco e vandalizar seus territórios. Mas sob o comando de Becali e cia, temos certeza que os Roş-Albaştrii ainda vão aterrorizar muitos adversários pelo caminho, e pôr à prova o Cluj, que, conhecendo o campeonato como conhecemos, podemos dizer: não ganhará facinho assim não.

Nos demais confrontos, Pandurii e Vaslui empataram em 1 e Farul e U Cluj em 0; o Unirea derrotou o Arad por 1 a 0 e mantem-se em segundo lugar; também por 1 a 0 o Otelul Galati ganhou do Ceahlaul; o mediano Gloria Buzau surpreendeu a Poli Timisoara por 2 a 1, que caiu para quarto lugar; e o Gloria Bistrita perdeu de novo, para desespero, aqui no novo mundo, de Fonseca: dessa vez foram 2 a 0 a favor da Poli Iasi.

Em tempo: Brazileiros seguem prejudicando o desporto romeno. O Universitatea Craiova foi condenado pela FIFA a pagar uma multa de 180 mil euros e ficarão proibidos de fazer tranferências até novembro de 2008. O motivo? Três jogadores botocudos chamados Marquinhos, Edu Magri e Negri (os dois primeiros na foto) não gostaram de ficar 3 meses sem receber salário e reclaram pro papa, no caso, Blatter. Os jogadores, que não se encontram mais na Romênia, de certo não sabem que, naquele país, se o perna-de-pau desagradar o dono do time, ele fica sem receber mesmo, vide caso Andrey. Adrian Mititelo, o atual presidente do U Craiova, mandou cobrar de Dinel Staicu, seu antecessor, afirmou não reconhecer a autoridade da FIFA e desafiou Blatter a impedir, pessoalmente, punhos cerrados, as transferências.